Qual a origem do sonho americano e o que ele representa?

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Qual a origem do sonho americano e o que ele representa?

Viver o sonho americano é uma das razões (se não a maior razão) que levam milhares de pessoas a quererem morar nos Estados Unidos. Aliás, provavelmente foi o que trouxe você ao país, certo? Afinal, os EUA possui a maior economia do mundo, com PIB de mais de US$ 22 bilhões. Ou seja, é um país cheio de oportunidades para crescer na carreira, ter uma boa vida financeira e alcançar o sucesso. E claro, isso sem diminuir o fato de que ainda devemos batalhar e correr atrás dos nossos sonhos, afinal, aqui é o país de oportunidades, mas quem faz as oportunidades acontecerem somos nós. Então, tudo isso acaba sendo possível porque o conceito de American Dream é muito forte.

Neste post, confira de onde veio esse termo e o que tem a ver com a Declaração de Independência Americana. Além disso, vou te contar como esse sonho americano é representado na cultura e como é vivê-lo nos dias atuais. Let’s go!

Afinal, o que é o American Dream?

Quando eu falo do sonho americano, é preciso entender que ele é uma das bases da cultura americana e é o que motiva não só pessoas de outros países a virem para os EUA, mas também os próprios americanos a terem um estilo de vida focado no trabalho e no sucesso.

Isso porque a ideia consiste basicamente em que, por meio do trabalho duro e uma sociedade que ofereça condições de trabalho e tenha uma economia aquecida, os indivíduos vão ter mais condições de sucesso.

Ou seja, ter uma vida melhor, receber bem o suficiente para alcançar suas metas e, ainda, deixar uma sociedade estruturada e até melhor do que a te recebeu, para que as futuras gerações também vivam esse sonho de prosperidade.

Isso significa ir além de apenas pagar as contas, quitar uma casa e um carro, mas de fato, alcançar objetivos maiores. Por exemplo, como na história do empresário Chris Gardner, mostrada no filme “À procura da felicidade“, com Will Smith.

Em sua história real, Chris foi um vendedor de equipamentos médicos na década de 1980. Depois de conseguir um estágio na corretora Dean Witter Reynolds, ele iniciou sua carreira na vida financeira, embora passasse dificuldades para criar o filho sozinho, até chegando a morar na rua e em abrigos.

Por volta de 1987, já tendo evoluído como corretor em outras empresas, fundou sua própria companhia, a Gardner Rich. Atualmente, sua fortuna chega aos US$ 70 milhões.

Viu, que legal? Esse é um típico exemplo do sonho americano, no qual a crença principal é de que você, com seus próprios esforços, talentos e independentemente da sua origem, consegue crescer profissionalmente e ter uma vida financeira estável e próspera.

De onde surgiu essa expressão?

Você pode estar pensando “mas de onde vem essa ideia de ‘sonho americano’?”. Para isso, eu preciso voltar um pouco na História, no século XVIII, quando os Estados Unidos ainda era uma colônia da Grã-Bretanha. Nessa época, os EUA correspondiam a 13 territórios na Costa Leste: do estado de Massachusetts à Geórgia.

Por estarem sob poder Britânico, isso significava que, sempre que os ingleses tomavam algum tipo de prejuízo econômico, a situação era compensada aumentando os impostos praticados nessas colônias. E acredite: foram muitas as vezes que eles recorreram a esse recurso, pois foi um período de guerras e crises — como a famosa Guerra dos Sete Anos, entre Inglaterra e França.

Para piorar, os ingleses tomavam outras atitudes que prejudicavam as colônias. Por exemplo, impor restrições, como a Lei do Chá, que dizia que os colonos não podiam produzir as ervas e só comprar da Companhia das Índias Orientais, também de domínio inglês.

Com tantos empecilhos para seu desenvolvimento, os colonos se revoltaram, como na famosa “Boston Tea Party“, quando os colonos jogaram o carregamento de chá dos navios ingleses no mar.

A origem do termo

Bem, com todo esse cenário acontecendo, não demorou muito para que as Treze Colônias declarassem independência, em 4 de julho de 1776. Nessa época, já existiam as primeiras ideias do sonho americano.

Isso porque as colônias, diferente da colonização portuguesa e espanhola, sempre tiveram uma certa autonomia administrativa e política. Com isso, eles já tinham consciência de que podiam se desenvolver sem o Império Britânico.

Além disso, o fato de muitos colonos serem calvinistas e presbiterianos, fugidos de perseguições religiosas e ideias absolutistas pregadas na Inglaterra, também ajudava a que valorizassem sua liberdade e independência. Somado a isso, o Iluminismo ganhava força, pregando os famosos ideais de “Liberdade, Fraternidade e Igualdade“.

O sonho americano e a Declaração de Independência

Com todos esses ideais sendo defendidos pelos colonos, e descontentes com as atitudes dos ingleses, eles elaboraram a famosa Declaração da Independência, onde lê-se a seguinte frase:

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“We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness.”

A tradução fica assim:

“Consideramos estas verdades como auto evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e a procura da felicidade.”

Assim, as raízes do sonho americano estavam plantadas e depois de séculos, ainda é o que guia quem quer viver nos EUA. Aliás, essa é considerada uma das frases mais importantes e conhecidas por americanos, pois ilustra muito bem o estilo de vida por aqui. By the way, lembra o filme com o Will Smith? Como deu para ver, o título vem da própria Declaração.

Como o sonho americano é representado culturalmente?

Gostou de saber essas curiosidades sobre os EUA e seu sonho americano? Então, você também pode conhecer mais sobre ele através cultura. Afinal, seus valores estão representados em muitas obras, tanto em produções do país, quanto de fora.

Por exemplo, além de “À procura da felicidade“, outro filme é “Joy: O nome do sucesso“, também uma história de superação sobre uma jovem mãe que, depois de superar adversidades, alcança o sucesso inventando esfregões de limpeza mais eficientes.

Já “Minari – Em busca da felicidade” é um típico filme sobre a perseguição do sonho americano. Na história, uma família coreano-americana, se muda para uma fazenda no Arkansas em busca de uma vida melhor, enfrentando dificuldades e dramas familiares.

Outra produção mais antiga é a novela brasileira “América“, de 2005, em que a personagem Sol (Deborah Secco) faz de tudo para viver o sonho americano e tentar morar no país, tocando em questões como os direitos dos imigrantes nos EUA.

Como é o sonho americano nos dias atuais?

Como você viu, o sonho americano está fortemente enraizado no dia a dia da população, sendo que todos estão realmente correndo atrás de suas metas. Aliás, não é à toa que por aqui “time is money”. Afinal, é o estilo americano de viver onde o dinheiro, o tempo e a mão de obra são valorizados.

Isso ficou bastante evidente na época pós-guerra Mundial e pós-Depressão dos anos 30, com a política do American way of life, que sustentava ideais como o nacionalismo, consumismo e liberalismo (a economia evolui sem a intervenção do Estado). Nessa época, a ideia propagada era que a liberdade desse estilo de vida americano resultava em uma vida mais feliz, onde cada um alcançava suas metas.

Apesar desse ideal ter feito sucesso nas décadas de 1950 e 1960, e também nos anos seguintes, com as mudanças na sociedade e na competição pelo trabalho, o American Dream se mostrou mais difícil, uma vez que é necessário vencer e mostrar seu valor em uma sociedade mais globalizada e exigente.

Um exemplo disso é a própria indústria de Hollywood, que em filmes como “Crepúsculo dos deuses” e “E o vento levou” mostrou como as mudanças nas sociedades resultam em se adaptar ou perder as oportunidades.

No primeiro filme, a estrela de cinema mudo, Norma Desmond, precisa trabalhar com o novo cinema com som se quiser viver o sonho de atriz de Hollywood. Já em “E o vento levou“, Scarlett O’Hara perde tudo durante a Guerra Civil, e se dedica inteiramente ao trabalho para fazer sua fortuna em uma nova Atlanta, reconstruída da guerra, cheia de oportunidades e que é símbolo de como sua vida antiga não existe mais.

O sonho americano no século XXI

No mundo real, algumas situações não são diferentes. Com alguns cenários passados, como a crise do mercado imobiliário em 2008, muitas pessoas afirmaram que o sonho americano acabou. Porém, o que acontece é que a sociedade se expandiu de diversas formas. Desse modo, o mercado ficou muito mais nichado, sendo preciso ter visão para identificar as oportunidades e enfrentar talvez maiores desafios do que antes.

Entretanto, considerando-se que o mundo inteiro está se recuperando da pandemia, contra diversas expectativas, o país apresenta bons índices e justifica seu posto de maior economia do mundo.

Por exemplo, a taxa de desemprego caiu de 3,7% para 3,5% em setembro de 2022, sendo a menor em quase cinquenta anos. Além disso, os empregos continuam em alta, criando cerca de 263.000 postos.

Dessa forma, apesar de na prática surgirem sempre desafios econômicos e sociais, aqueles primeiros ideais da Declaração de Independência, de que todos são iguais e livres para trabalhar e prosperar, ainda são o que sustenta o sonho americano até hoje e faz as pessoas continuarem se movendo rumo a suas metas, tanto americanos quanto estrangeiros.

Agora que você já sabe mais sobre o sonho americano e como ele impacta diretamente o dia a dia da vida no país, tenha certeza de que tudo que precisa para chegar lá é um pouco de planejamento e muito trabalho duro e constante. Para isso, vale a pena começar com pequenos passos, como procurar aprender inglês rápido.

As informações contidas neste artigo não são e nem pretendem ser aconselhamento legal. Este artigo pode ser retirado do ar, sem aviso prévio.

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