30 de maio de 2023 by Monkey Money App
Finanças para crianças: como ensinar sobre dinheiro na infância
Finanças é assunto para crianças sim! Mas calma, não falo em incentivar seu filho a se tornar o Riquinho (Richie Rich, 1994), tal qual o filme. Falo sobre a importância em ter um papo de gente grande com o seu pequeno, abordando assuntos como a importância de trabalhar duro e de cortar gastos desnecessários, só que traduzido para a linguagem kids.
É como se os desenhos da sua infância, tipo Pica-Pau, Dragon Ball Z e A Caverna do Dragão, falassem sobre finanças para ensinar você sobre o assunto, sabe? Esse aprendizado sobre como lidar com dinheiro é bem útil para que eles se tornem adultos mais conscientes com as escolhas financeiras, além de entenderem o valor dos dólares dos pais (e os seus próprios!).
Ou seja, ensinar finanças para crianças tem vantagens demais para você deixar isso de lado. Separei as melhores dicas para serem colocadas em prática. Continue comigo e fique por dentro!
O exemplo fala muito alto
Você já reparou que muitas crianças têm mania de reproduzir o comportamento dos adultos? Por exemplo, ao usar saltos, joias e roupas da mãe ou do pai. Fofo acompanhar isso, né? Essa reprodução ocorre porque os adultos são as referências dos pequenos.
Por isso, se quiser ensiná-los sobre finanças, servir de exemplo de bom comportamentos é a primeira etapa. Dá para fazer isso de forma simples e natural, como tirar aparelhos inutilizados da tomada e dizer o porquê, ou explicar o motivo daquela nova compra.
Lembre-se de que exemplos negativos também podem ser reproduzidos pelas crianças, como chegar em casa frequentemente com sacolas de compra. Não leve a mal, eu também adoro consumir coisas legais, mas não é sensato, ou saudável, gastar como se não houvesse amanhã, certo?
Assim, mesmo que você tente ensinar diferente, como ao falar para as crianças não comprarem ou gastarem sem necessidade, elas percebem a contradição. Ou seja, não subestime a inteligência dos pequenos!
A tecnologia está a seu favor
As crianças do seu convívio são aquelas que vivem no celular ou no computador? Sabemos que é preciso ter atenção com esse comportamento e ensiná-las a gerenciar o tempo com essas distrações.
But… Aproveite que os pequenos são familiarizados com a tecnologia e use-a a seu favor para ensiná-los sobre finanças. Veja como!
Desenhos animados
Por exemplo, o programa Os Jovens Titãs em Ação (Teen Titans Go!) é uma animação que mostra cinco super-heróis pré-adolescentes. Uma das preocupações deles é a gestão do dinheiro, que deve trazer felicidade, e a importância de ter uma reserva de emergência.
Além disso, até a importância da alimentação saudável para evitar maiores gastos com plano de saúde (health insurance) é citada no desenho. Bacana, não é?
Aplicativos
Mas tecnologia não é só assistir programas na TV ou no tablet não, viu? Estamos falando também de APPs muito úteis nesse contexto. É o caso do aplicativo de educação financeira Goalsetter (disponível no Google Play e na Apple Store), que ajuda os pais a entenderem quando e quanto dar de mesada para os filhos. Ele transfere o valor de forma automática e paga quantias previamente definidas.
Para isso, as crianças precisam acertar perguntas em um questionário, sendo recompensadas. Claro que o app também fala a linguagem dos pequenos e conta com GIFs e memes. Inclusive, ele também tem um cartão de débito para os kids, que podem ser bloqueados caso eles não passem no teste de finanças.
Dá para usar o app para recompensar o pequeno também! Tirou um A+ na escola? Ajudou nas atividades domésticas sem reclamar? Recebeu um elogio do teacher na escola? Essas são situações bacanas para colocar um incentivo financeiro por lá.
Canais no YouTube
Outras opções são canais no YouTube voltados aos mais novos. Existem vários para diferentes faixas etárias que se propõem a explicar finanças de forma descomplicada, com exemplos do cotidiano americano mesmo. Aqui, a kid vai aprender a gerenciar e a guardar dinheiro em inglês. Só vantagens!
Para crianças bem pequenas, é uma boa começar com vídeos mais simples e gerais, como em Learn about Money for Kids, que explica o que é dinheiro e as moedas americanas.
Para as maiores, indico o CrashCourse ou o EasyPeasy Finance, que já abordam temas como mercado de ações e imobiliário, investimentos e cartão de crédito.
No caso de crianças mais velhas, pré-adolescentes e adolescentes, de 7 a 14 anos, os vídeos do TED-Ed são uma boa pedida.
Brincando e aprendendo
Se os pequenos já passam tempo demais conectados à televisão, computador ou celular, existem outras maneiras de ensinar finanças a eles. Uma delas é com clássicos jogos de tabuleiro, como o Monopoly. Esse game é importante por ensinar como contar dinheiro, melhorar o planejamento de gastos essenciais e economizar.
Essas estratégias ficam na mente das crianças e, depois, elas conseguem aplicar no dia a dia, como ao tomar melhores decisões do que fazer com o dinheiro acumulado da mesada. Parece bobo, mas tudo isso ajuda a moldar adultos mais conscientes com o dinheiro.
Outra opção é imprimir dinheiro de mentira para brincar de fazer as compras. Para isso, você pode até usar elementos da sua despensa ou armário, como roupas e alimentos.
Quer uma sugestão? Inclua fazer lista de compras, pedir descontos, aproveitar promoções e gerenciar o dinheiro entre as atividades da brincadeira. Outra ideia bacana é ensinar a criança a anotar todos os gastos que fez com o dinheiro da mesada. Aqui, é hora de mostrar a ela que comprar sempre aquele doce de alguns cents no mercado, no final do mês, custou para o orçamento mais do que o imaginado.
Essa pode ser uma oportunidade de evidenciar o preço de alimentos saudáveis, como frutas, verduras e legumes, com relação aos industrializados, como biscoitos e pizza congelada Assim, tal qual os Jovens Titãs em Ação, é possível passar a mensagem de como se alimentar bem é importante para economizar também.
Dinheiro e valor são coisas diferentes
Você sabe o que difere esses dois conceitos? O primeiro é o quanto será pago para adquirir um bem ou serviço, o que envolve custos com produção, demanda, margem de lucro e outros aspectos, ou seja, o preço em si. O segundo conceito refere-se ao que cada pessoa enxerga como valor, o que para alguns pode ser pouco e, para outros, altíssimo.
A ideia de valor interfere diretamente no preço que essa pessoa está disposta a pagar pelo produto. Por exemplo, no filme Delírios de Consumo de Becky Bloom (Confessions of a Shopaholic, 2009), um personagem paga a mais por um cachorro-quente por entender que o valor dele era superior.
De modo similar, o personagem Julius, de Todo Mundo Odeia o Chris, mesmo sendo conhecido por ser bem econômico, gastou uma boa grana na compra da aliança de noivado da Rochelle. Afinal, o valor sentimental percebido no item era maior.
Em outras palavras, o valor do que será adquirido depende dos interesses e, claro, do money de cada pessoa. Então, para ensinar as crianças sobre isso, defina a sua estratégia para demonstrar o valor do dinheiro aos pequenos. A ideia é sempre adaptar à realidade da sua família.
Nesse contexto, considere, por exemplo, ensiná-lo que vale mais a pena investir em algo de boa qualidade, que vai durar, mesmo que seja de preço superior, do que em um produto ou serviço só por um preço mais em conta — o barato pode sair muito caro!
Time is money (tempo é dinheiro)
Outra estratégia é ensiná-lo a pensar na quantidade de horas que é preciso trabalhar para adquirir um brinquedo ou outro produto do interesse. Pode pegar como exemplo o salário/hora do seu emprego. Com o tempo, isso vai virar automático, e vai ajudar a criança a pensar antes de sair gastando os dólares da mesada.
E aí, entendeu a importância de finanças para crianças e anotou ideias para começar a trabalhar o assunto com elas? Como visto, o seu bom exemplo no dia a dia é fundamental nessa jornada, assim como brincadeiras, tecnologias e outros ensinamentos com situações do cotidiano.
Aproveite a visita no blog e confira meu artigo sobre planejamento financeiro familiar. Assim, você descobre dicas de ouro para ter uma relação mais saudável com o dinheiro e pode pensar em como adaptá-las à linguagem dos pequenos!