
11 de julho de 2024 by Monkey Money APP
Como garantir que as crianças se sintam adaptadas a uma nova cultura?
E aí, que tal a gente se mudar para a terra do Mickey, das princesas e super-heróis e das grandes aventuras de Hollywood?” Esta conversa inicial pode despertar a imaginação das crianças, que vão começar a sonhar com as infinitas possibilidades nos Estados Unidos. Mas, é claro, depois da empolgação inicial, pode surgir aquele nervosismo com a mudança.
Mudar de país é uma grande aventura que envolve muita coisa: choque cultural, mudanças na metodologia de ensino, deixar os colegas para trás, nova rotina, novo clima… No entanto, com boas conversas e atividades escolhidas a dedo, a adaptação será bem mais fácil.
É por isso que estou aqui: vamos explorar algumas dicas para tornar essa transição suave para os pequenos? Let’s go!
Compreensão prévia e conversas abertas
Os motivos da mudança para um país diferente devem ser bem explícitos para a criança. Explique com cuidado a razão pela qual a família passou a morar longe do lugar em que estavam antes.
Você pode, por exemplo, enfatizar motivos positivos, como a busca por melhores oportunidades de emprego, a promessa de um futuro mais próspero para a família, o desejo de viver em uma casa com jardim e a expectativa de um ambiente mais seguro para brincar ao ar livre. Esteja disponível para tirar dúvidas e preocupações que os pequenos possam ter.
Um exemplo: um dos maiores medos das crianças é ter que se adaptar a uma nova escola, especialmente em um país diferente. Elas vão se preocupar com o aprendizado do inglês, a aceitação dos colegas, os professores. Converse sobre tudo isso para tranquilizar a criançada!
Além disso, pesquise sobre as escolas americanas mesmo antes de sair do Brasil, consultando as instituições da área em que pretende morar. Há ótimas opções públicas, divididas em distritos escolares que recebem notas de 0 a 10.
Naturalmente, os distritos com as melhores escolas têm os imóveis mais valorizados. Fale sobre isso com a criança, de modo que ela entenda que terá uma educação de qualidade e ainda terá a chance de aprender um dos idiomas mais falados no mundo.
Exposição à nova cultura de forma gradual
É preciso expor as crianças à cultura americana de maneira gradual. Vá apresentando aspectos como alimentos, tradições e costumes de forma positiva — desnecessário dizer que o meu blog é ótimo para isso tudo, né?
Um meio de começar é caminhar com a criança ao redor da região em que você mora. Naturalmente, as dúvidas vão começar a surgir: por que as casas não têm muros, como no Brasil? Por que as pessoas amam tanto um hambúrguer? Por que os coleguinhas americanos gostam de outro tipo de futebol? Por que todos os jardins são impecáveis?
Com essas atividades do dia a dia e com os conteúdos repassados na escola, a criança aos poucos vai se integrando à nova cultura. Para conhecer outros aspectos para explicar, não deixe de ler o nosso post sobre choque cultural.
Inclusão em atividades locais
Envolva a criança em atividades na região, como esportes, aulas de arte e eventos comunitários. Tudo isso proporciona oportunidades de interação com os colegas e a construção de novas amizades.
Os eventos esportivos são especialmente importantes, já que a criança pode não conhecer bem as práticas mais amadas nos EUA, como o futebol americano, o baseball e o basquete. Nada melhor do que se enturmar com os nativos ao entender o que eles mais amam.
Do mesmo modo, as escolas e associações comunitárias oferecem aulas de música, de artes, clubes de leitura e debates. Pesquise as oportunidades e apresente às crianças.
Manutenção da língua e cultura de origem
Uma criança crescendo em um país com os Estados Unidos inevitavelmente desenvolverá um inglês ótimo, que não deverá nada ao nível dos nativos. Contudo, também é importante que ela não deixe de lado suas raízes brasileiras — até mesmo para entender o que seus pais falam em casa!
É perfeitamente possível manter a criança fluente nas duas línguas, funcionando como modo de manter as raízes culturais enquanto se adaptam ao novo ambiente. Você pode notar que muitos americanos gostam de exaltar as suas origens: nos restaurantes especializados em comida italiana, por exemplo, você encontrará bandeiras do país e fotografias de personagens históricos daquela nação. Que tal fazer o mesmo?
Para manter a cultura brasileira viva enquanto se adapta ao novo ambiente nos EUA, considere participar de encontros com outros brasileiros e celebrar festas típicas em casa. Isso ajudará a criança a valorizar suas raízes. Só cuidado para não ficar apenas entre brasileiros, combinado?
Além disso, há outra vantagem: aprender uma língua adicional nunca prejudicou ninguém, muito pelo contrário. Ser fluente em mais de um idioma é se familiarizar com diferentes culturas, o que enriquece a visão de mundo, aumenta a adaptabilidade e abre portas para oportunidades globais de trabalho, promovendo uma compreensão mais profunda de diversas perspectivas e modos de vida.
Estabelecimento de rotinas consistentes
É muito importante que a família crie rotinas consistentes de atividades para as crianças, de modo a proporcionar estabilidade emocional e um senso de segurança em meio à mudança cultural.
Por isso, defina os horários para cada atividade, para que a criança comece a desenvolver hábitos saudáveis: converse sobre o horário da aula de idiomas, sobre o momento de ir para a escola, o tempo dedicado ao lazer em casa, entre outras rotinas.
Muitas vezes, os pais também estão aprimorando suas habilidades no idioma e podem compartilhar suas experiências e desafios. Rir juntos de confusões linguísticas cotidianas ou compartilhar fatos curiosos notados durante o dia pode fortalecer os laços familiares e tornar o aprendizado mais leve.
Além disso, ao retomar a vida estudantil no novo país, os pais precisam acompanhar de perto para garantir uma adaptação mais suave. As conversas são fundamentais para explicar a nova realidade, então não deixe de dedicar um tempo para elas.
Promoção da inclusão na escola
Por falar na escola, nada melhor do que melhorar a inclusão das crianças nela. Incentive a interação com os colegas, a participação em atividades escolares (além das obrigatórias) e o respeito com os professores. Inclusive, a relação com os docentes nos EUA é mais formal em relação ao Brasil, então é essencial ensinar aos pequenos que o respeito e a hierarquia deve ser levado a sério!
Para que os pequenos se integrem melhor ao novo ambiente, pergunte sobre os assuntos que elas estão estudando e outros temas relacionados à vida escolar: eles estão compreendendo os conteúdos? Estão se sentindo acolhidos? Estão fazendo novos amigos?
Vale lembrar que esses e outros fatores impactam diretamente não apenas no desempenho escolar (que é muito importante), mas também na vida pessoal das crianças. Nesse sentido, é preciso ficar de olho e checar se está tudo bem. Também converse com os professores da escola e conheça as iniciativas da instituição para evitar problemas como o bullying.
É importante entender que os seus incentivos para a integração, tanto na escola como na vizinhança, precisam ser sutis — nada de pressionar as crianças a realizarem uma atividade que elas não queiram. Permita que ela crie seus laços por conta própria. O essencial é estar disponível para apoiar, tirar dúvidas e tornar essa adaptação mais fácil para os pequenos.
Aproveite para ler outro post importante sobre as características da vida nos EUA: conheça a cultura empreendedora do país!