Saiba como abrir uma conta no Brasil morando no exterior

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Saiba como abrir uma conta no Brasil morando no exterior

Você está realizando o sonho americano e vivendo no país mais potente do mundo. Como ninguém gosta de burocracia sem necessidade, talvez já tenha pensado em cortar os laços mais formais com o Brasil. Mas nem sempre é possível, né não? Afinal, talvez tenha que lidar com algum negócio, herança ou imóvel…

Daí, saber como abrir conta bancária no Brasil morando no exterior vai deixar a vida mais fácil na hora de fazer remessas e negócios. Por isso, o próprio Banco Central brasileiro oferece uma opção de conta bancária para os não residentes, como os imigrantes que moram nos EUA.

Neste post, vou dar dicas para quem quer abrir uma conta no Brasil direto dos Estados Unidos e o porquê vale a pena ter essa conta. Vem comigo!

Afinal, quem mora nos Estados Unidos pode abrir conta no Brasil?

Pode sim. Primeiro, vou explicar rapidinho como funciona o processo de abrir uma conta no Brasil para entender melhor o contexto. Existem duas formas de abrir uma conta bancária no país, na primeira, você apresenta toda a documentação necessária e ainda comprova que tem um endereço no país e que está em dia com as obrigações legais.

Só que para você, brasileiro que não têm data para voltar, essa opção não serve de muita coisa, né? Afinal, além da obrigação de ter um endereço em seu nome, também é necessário que a pessoa vá ao Brasil ao menos uma vez a cada 12 meses e ainda pague o imposto de renda todos os anos, mesmo que já lide com impostos nos EUA.

Mas há uma opção para brasileiros que moram no exterior, para que não precisem voltar ao Brasil anualmente. Estou falando da chamada Conta para Domiciliado no Exterior, a CDE. Ela é exclusiva para os não residentes no Brasil.

Esse tipo de conta permite que seus usuários, pessoas físicas ou jurídicas, movimentem seu dinheiro em uma conta de depósito. Ela pode ser utilizada para diversos tipos de operações, como investimentos específicos, transferências e financiamentos.

Desse modo, a conta CDE nada mais é do que uma conta corrente para não residentes no Brasil, de modo que as pessoas que não têm residência fiscal no país latino possam manter seus depósitos em reais, junto a uma instituição financeira brasileira.

O Banco Central utiliza o critério da residência fiscal (isto é, ter ou não um endereço no país) para determinar quem pode ou não abrir a sua conta CDE.

Isso ainda é válido, mas pode mudar nos próximos anos, uma vez que a legislação está sendo modificada por meio da chamada Nova Lei Cambial, que promete mudanças para as contas dos não residentes. Brasileiros podem ler mais sobre essa lei aqui.

Requisitos e documentos para abrir uma conta CDE

Como a conta para domiciliado no exterior é diferente de uma conta bancária comum, o Banco Central brasileiro exige que os bancos e as pessoas interessadas obedeçam a diversos requisitos para manter uma conta corrente para não residentes. Mas fica tranquilo, não é um bicho de sete cabeças não.

Vou mostrar aqui as principais características e exigências para abertura de conta no Brasil para quem mora no exterior, bora lá!

  • ela só pode ser aberta em instituições financeiras sediadas no Brasil e que estejam autorizadas a atuar no mercado de câmbio;
  • deve ser cadastrada pelo banco junto ao Sisbacen (sistema do Banco Central) no momento da abertura da conta pelo imigrante não residente. Esse é, inclusive, um dos requisitos que devem ser eliminados nos próximos anos, por conta das mudanças introduzidas pela Nova Lei Cambial.

Por isso, antes de sair pesquisando na internet os bancos com as melhores vantagens, é importante checar se eles cumprem essas exigências.

E quanto aos documentos que você precisa para abrir essa tal conta CDE? As exigências variam de banco para a banco, mas alguns documentos que costumam ser pedidos são os seguintes:

  • documento identidade com foto (RG ou CNH brasileira, por exemplo). Estrangeiros que queiram abrir essa conta precisam de um passaporte com visto de entrada;
  • visto permanente no exterior;
  • CPF em situação regular;
  • NIF, ou Número de Identificação Fiscal, um documento que equivale ao CPF no exterior. No caso de quem mora aqui nos EUA, nada mais é do que o SSN (Social Security Number);
  • Certidão de Regularidade Fiscal, para comprovar que você não tem problemas ou pendências fiscais como a Receita Federal e/ou a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;
  • comprovante de residência no exterior, como uma correspondência enviada ao seu endereço com o seu nome;
  • comprovante de renda;
  • cópia da sua Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP).

Calma, você provavelmente não precisará empilhar todos esses documentos de uma só vez e quebrar as pernas da sua mesa da sala de estar. Como eu disse, as exigências variam e essas são só uma base de exemplos das documentações que são geralmente requeridas pelos bancos.

E essa tal de conta multimoeda?

Ufa, depois de todos esses detalhes técnicos, bora voltar para os assuntos mais divertidos. Qualquer brasileiro que pesquise sobre abrir contas em outros países acaba topando com a tal conta multimoeda.

Trata-se de um tipo de conta, geralmente em um banco digital, que permite enviar, receber e utilizar moedas de diversos países. É como se você tivesse acesso a uma conta corrente sem fronteiras, com “subcontas” com moedas diferentes.

Uma das coisas mais legais dessa conta multimoedas é que ela não exige que você pague taxas altíssimas, geralmente cobradas nas transferências internacionais em contas comuns.

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Além disso, você evita que a moeda seja convertida automaticamente toda vez que fizer alguma transação, o que pode ser caótico para as suas contas.

Quando você usa o seu novíssimo cartão de crédito americano e faz uma compra em um site na Inglaterra, por exemplo, a conversão jogará o valor para as alturas, uma vez que a libra esterlina é mais valorizada que o dólar. A conta multimoedas surge como uma opção para evitar essa conversão.

Para quem mora nos Estados Unidos, ter uma conta multimoedas também ajuda muito na hora de lidar com as necessidades bancárias.

Afinal, se você tem familiares e amigos em outros países e precisa repassar uma grana para eles, a transação nesse tipo de conta é muito mais tranquila e barata em relação aos meios tradicionais.

Por falar nisso, a conta multimoedas não é totalmente diferente da versão bancária tradicional, o que faria com que fosse difícil se adaptar. Afinal, ações básicas, como retirar dinheiro, enviar e receber pagamentos, são feitas pelo aplicativo do banco — nada muito diferente do que você provavelmente já está acostumado no dia a dia.

Quais são os documentos para abrir conta nos EUA?

Abrir uma conta no Brasil morando fora é ótimo, mas abrir uma nos EUA e se integrar de vez à cultura americana é melhor ainda, right? Nesse caso, trago boas notícias: tanto o processo como a documentação não são difíceis de organizar.

Isso porque tudo o que você precisa para abrir uma conta nos EUA, em boa parte dos casos, é um documento que o identifique e um comprovante de endereço. Nesse sentido, se você é imigrante legalizado e tem residência no país, o processo pode ser feito com o seu documento de identificação local, como o ITIN ou o SSN e uma conta de eletricidade, por exemplo.

O processo de abertura pode ser feito tanto presencialmente como online. A diferença é que as contas daqueles bancos grandões americanos, como Bank of America e JPMorgan, requerem uma visita presencial, mesmo que o processo inicial possa ser feito pela internet.

Também há a opção de abrir conta em bancos 100% digitais, nos quais tudo é resolvido online: abertura da conta, pagamentos, envio de documentos, investimentos… É algo cada vez mais comum no mundo financeiro. Nesse caso, você pode realizar o processo de qualquer lugar, sem precisar comparecer a um ponto físico.

De qualquer modo, antes de sair visitando qualquer banco com um sorriso na cara e uma vontade imensa de fazer dinheiro, visite os sites daqueles que despertaram o seu interesse.

Isso porque alguns podem pedir alguns documentos extras, como o número de seguro social (Social Security Number ou SSN) ou formulários de imigração. Já outros são mais flexíveis e vão ficar só na solicitação da identificação e comprovante de endereço mesmo. Então, sempre dê aquela conferida diretamente no site do banco, na lista atualizada de documentos pedidos.

Mudei aqui para os EUA, mantenho minha conta no Brasil?

Olha, depende das suas necessidades. Tem gente que sobrevive lindamente apenas com a conta nos EUA, mas outras pedem uma conta no Brasil.

Listei aqui algumas razões mais comuns. Veja se é o seu caso:

  • quem lida com compra e venda de imóveis no Brasil, mesmo morando nos EUA. Isso porque será muito mais fácil administrar pagamentos e recebimentos com uma conta que trabalha com o real, já que fechar um contrato de câmbio para cada operação será bem desgastante;
  • pessoas que visitam o Brasil com frequência e querem ter uma conta em reais para não precisarem ficar lidando com conversão toda vez que visitarem o país;
  • pessoas que precisam lidar com a remessa de doações, compras ou heranças para o exterior.

Caso você não se enquadre nessas situações, ter apenas a conta bancária americana aberta nos EUA é a melhor opção. Afinal, a verdade é que o dólar é bem mais estável que o real, o que garante uma proteção para o seu patrimônio construído nos Estados Unidos.

Além disso, ter uma conta bancária aberta diretamente nos Estados Unidos é ótimo para quem trabalha com a prestação de serviços online e recebe em dólar. Assim, é possível evitar as perdas com a conversão da moeda.

É por essas e outras que, a não ser que você lide com transações no Brasil mesmo sendo um imigrante nos EUA, a conta criada no Brasil não faz tanta diferença. Por último, outro detalhe importante: quando você comunica a sua Saída Definitiva do País (DSDP), muitos bancos encerram logo o vínculo. Então, dependendo do caso, você não precisa passar pelo procedimento de fechar a conta no país.

Agora que entendeu como abrir conta no Brasil morando no exterior, depois de ter lido o artigo, deu para perceber que o processo pode ser meio complicadinho, mas totalmente possível.

E já que estamos falando que dólar e real, aproveite a visita e leia mais sobre como enviar dinheiro ao Brasil!

As informações contidas neste artigo não são e nem pretendem ser aconselhamento legal. Este artigo pode ser retirado do ar, sem aviso prévio.
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